O último sábado foi marcado por uma tragédia comovente no bairro Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo. Um cão, Barthô, de apenas 10 anos, encontrou um destino trágico ao pisar em um fio elétrico energizado que havia caído durante a intensa tempestade que acometeu a cidade. Seus tutores, que passeavam com ele na Rua Diogo dos Quadros, vivenciaram momentos de desespero e impotência quando a corrente elétrica o atingiu instantaneamente. O impacto da descarga elétrica foi tão violento que o corpo do cão permaneceu aderido ao fio, impossibilitando qualquer tentativa imediata de resgate por parte de seus donos.
Foi uma noite longa para Marina Guedes e sua família. As horas de tentativas infrutíferas de contatar a concessionária de energia Enel para cortar o fornecimento aumentaram a aflição. A angústia se prolongou por mais de 24 horas, enquanto o corpo de Barthô permaneceu exposto ao perigo iminente. A comunidade, movida por solidariedade e consciência do risco, rapidamente se mobilizou para sinalizar o local e apresentar algum tipo de proteção improvisada ao redor do fio. No entanto, o medo de novos acidentes pairava sobre os moradores da região.
Após repetidos apelos da população e uma exposição midiática do ocorrido, a Enel emitiu um comunicado expressando arrependimento pela perda irreparável do cão Barthô. De acordo com a empresa, medidas foram tomadas para isolar a área perigosa e uma equipe de técnicos foi enviada para restabelecer as condições seguras da rede elétrica. Além disso, a Enel comprometeu-se a entrar em contato com a família da vítima canina para prestar o suporte necessário e ouvir suas reivindicações.
O incidente traz à tona preocupações recorrentes sobre a infraestrutura urbana e a segurança elétrica em cidades grandes como São Paulo. Tempestades são eventos climáticos comuns e a capital paulista não é exceção, o que torna imperativo o estudo contínuo sobre soluções eficazes para mitigação de riscos associados a fiações expostas ou danificadas. Comunidades em áreas de risco muitas vezes se veem obrigadas a adotar medidas paliativas enquanto aguardam a intervenção de autoridades competentes e serviços básicos.
A morte de Barthô não deve ser encarada apenas como um evento isolado, mas como um chamado à responsabilidade coletiva e ao aprimoramento de sistemas que garantam a segurança de todos os moradores – humanos ou não – desta metrópole em constante crescimento e transformação.
Embora a Enel tenha se comprometido a analisar o caso e tomar medidas corretivas, o ocorrido já gerou um debate público entre defensores de direitos dos animais, urbanistas e moradores, sobre a resiliência da infraestrutura frente às adversidades do tempo. A expectativa é que casos como o de Barthô se tornem lições valiosas para reforçar a vigilância preventiva e evitar repetição de tragédias. No entanto, a dor da perda para a família Guedes e os que conheceram Barthô ilustra de forma contundente o impacto que a negligência com a infraestrutura urbana pode ter na vida da comunidade local.
No desfecho dessa história dolorosa, a lembrança do fiel Barthô serve como um emblema para todos os que protegem seus animais e buscam um mundo mais seguro. A cidade de São Paulo, marcada por esse incidente, deve redobrar esforços para que outras histórias não acabem de maneira tão trágica.