Na manhã de domingo, 15 de setembro de 2024, a comunidade de Boa Viagem, um dos bairros mais movimentados da Zona Sul do Recife, acordou com uma trágica notícia. Um incêndio tomou conta do último andar do Edifício Ruy Barbosa, localizado na Rua dos Navegantes, e resultou na morte de João José Morais Pires Bento, de 61 anos. A tragédia se desenrolou de maneira rápida e assustadora, conforme o fogo se espalhou rapidamente pelo apartamento localizado no 17º andar.
O fogo começou em um dos lados do apartamento, e em questão de minutos, tomou conta de todo o espaço. Segundo testemunhas, João José tentou de todas as maneiras conter as chamas, utilizando um extintor de incêndio, mas infelizmente, foi em vão. O desespero tomou conta de todos, especialmente dos moradores do edifício, que tiveram que evacuar às pressas, deixando para trás suas vidas e pertences diante do risco iminente.
A área ao redor do edifício foi rapidamente tomada por um intenso cheiro de fumaça. Testemunhas capturaram imagens que mostravam chamas e fumaça saindo pelas janelas do apartamento atingido. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 10h00 e respondeu rapidamente com uma equipe de 28 agentes e dez veículos. Apesar do esforço concentrado, o estrago causado pelo incêndio foi substancial. Janelas quebradas e detritos caindo do prédio tornaram a situação ainda mais perigosa.
Por volta das 14h30, o corpo de João José foi recolhido pelo Instituto de Medicina Legal (IML) e levado para suas instalações no bairro de Santo Amaro. A cena deixou a vizinhança abalada, e muitos moradores tentavam entender como uma tragédia de tal magnitude poderia ter acontecido ali.
A Polícia Civil de Pernambuco abriu um inquérito para investigar o caso, tratando-o como um 'incêndio culposo', ou seja, um fogo causado sem intenção, mas com responsabilidade envolvida. A investigação busca esclarecer as circunstâncias que levaram ao início do incêndio e as possíveis falhas de segurança que poderiam ter evitado a tragédia. A energia elétrica do prédio foi cortada pela Neoenergia como medida de precaução, devido ao risco de curtos-circuitos causados pela infiltração de água. A expectativa é que a eletricidade fosse restabelecida na segunda-feira, 16 de setembro.
A Defesa Civil do Recife foi chamada para inspecionar a estrutura do edifício e confirmou que não havia risco de desabamento, um alívio em meio ao caos causado pelo incêndio. No entanto, a preocupação com a segurança dos moradores remanescentes persiste e, provavelmente, várias inspetorias adicionais serão requisitadas para garantir que todas as medidas sejam seguidas.
Ao mesmo tempo, as autoridades fazem um apelo para que outros edifícios da região revisem seus procedimentos de segurança contra incêndios, como manutenção regular de extintores e treinamento dos moradores para situações de emergência. Esta prevenção é essencial para evitar que novos casos trágicos como este venham a ocorrer.
A notícia da morte de João José abalou profundamente a comunidade local. Os moradores do Edifício Ruy Barbosa, juntamente com vizinhos da Rua dos Navegantes, se uniram para prestar homenagens e solidariedade à família da vítima. Vários relatos destacam João José como uma pessoa amigável e proativa, respeitado por todos que o conheciam.
Além disso, surgiram discussões importantes sobre as condições de segurança nos edifícios da região. A tragédia colocou em evidência a necessidade de políticas mais rigorosas e de um monitoramento mais eficaz para garantir que todos os edifícios possuam não apenas os equipamentos necessários, mas também o treinamento adequado em situações de emergência.
O incêndio no Edifício Ruy Barbosa serve como um alerta para todas as comunidades urbanas sobre a importância da preparação e da manutenção de equipamentos de segurança. O incidente não apenas levou a vida de João José, mas também deixou uma marca indelével na vida de seus familiares, amigos e vizinhos, sublinhando a fragilidade da segurança em nossos lares.
À medida que as investigações prosseguem, espera-se que as conclusões levem a melhorias significativas nas normas de segurança contra incêndios, não apenas em Boa Viagem, mas em toda a cidade do Recife e em outras regiões metropolitanas do Brasil.