O abuso sexual é uma violação grave que atinge milhões de pessoas no Brasil. Ele pode acontecer em qualquer idade, ambiente ou relação, e costuma ser cercado de silêncio e medo. Para quebrar esse ciclo, é fundamental conhecer os sinais de alerta, saber onde buscar ajuda e entender quais são seus direitos.
Nem sempre a vítima fala o que aconteceu; muitas vezes, o comportamento revela o trauma. Fique atento a mudanças súbitas de humor, ansiedade, medo excessivo de estar perto de certas pessoas ou lugares. Em crianças, pode aparecer regressão (voltar a fazer xixi na cama), medo de usar o banheiro ou recusar contato físico. Se alguém evita conversar sobre o corpo ou demonstra vergonha ao tocar a própria pele, isso pode indicar abuso.
Outros indícios incluem problemas de sono, pesadelos recorrentes, queda no rendimento escolar ou no trabalho, e até sintomas físicos como dores inexplicáveis ou infecções frequentes. Não ignore esses sinais, mesmo que pareçam pequenos; eles podem ser a porta de entrada para uma conversa de apoio.
Se você ou alguém que conhece está passando por essa situação, o primeiro passo é buscar um ambiente seguro para conversar. Pode ser um amigo de confiança, um familiar ou um profissional de saúde. No Brasil, a denúncia pode ser feita diretamente na delegacia, através do Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou pelos aplicativos do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.
Ao registrar a denúncia, leve documentos que comprovem a vítima (certidão de nascimento, RG) e, se possível, provas do abuso (mensagens, fotos, gravações). A polícia tem o dever de proteger a identidade da vítima e conduzir a investigação com respeito.
Depois da denúncia, procure apoio psicológico. O SUS oferece acompanhamento gratuito em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e hospitais universitários. Organizações não governamentais como o Projeto Criança Feliz e a Casa da Mulher Trabalhadora também disponibilizam terapia e grupos de suporte. Esses serviços ajudam a reduzir o impacto emocional e a reconstruir a autoestima.
É importante lembrar que o processo legal pode ser longo, mas a justiça está ao lado das vítimas. A Lei Maria da Penha, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei 13.431/2017, que trata da escuta especializada, garantem proteção e tratamento adequado.
Não carregue esse peso sozinho. Compartilhar a história com alguém de confiança pode ser o primeiro passo para romper o ciclo de silêncio. Se você ainda não tem coragem de falar, procure recursos online como chat de apoio do Disque 180 ou linhas de orientação de ONGs. Pequenos passos hoje podem trazer segurança e esperança para o futuro.
A atriz brasileira Cristina Pereira revelou publicamente os abusos sexuais que sofreu aos 12 anos de idade. Em um relato detalhado, ela narrou como foi abusada no primeiro dia de aula, vestindo seu uniforme escolar. Cristina enfatizou a importância da educação e conscientização sobre o abuso sexual e incentivou outras vítimas a falarem sobre suas experiências.