Se você já ouviu falar de "audiência de instrução" mas ainda não tem certeza do que isso significa, está no lugar certo. Em termos simples, a audiência de instrução é o momento em que o juiz coleta provas, ouve testemunhas e analisa documentos para entender o que realmente aconteceu no caso. É a fase que costuma decidir quem tem mais chances de vencer a disputa.
Ao contrário da fase de petição, que fica nos papéis, a instrução acontece ao vivo, geralmente no salão do tribunal. As partes – autor e réu – têm a oportunidade de confrontar as versões apresentadas, fazer perguntas e, se necessário, contestar documentos. Por isso, estar bem preparado pode fazer toda a diferença.
Primeiro, o juiz convoca as partes e fixa a data. Na data marcada, cada advogado apresenta a lista de testemunhas que pretende ouvir. A ordem costuma ser: quem trouxe a ação (autor) primeiro, depois o réu. O juiz pode aceitar ou recusar testemunhas, dependendo se elas são relevantes ou se já há provas suficientes.
Durante a sessão, o advogado faz a chamada da testemunha, que presta o juramento e responde às perguntas. As perguntas são divididas em duas partes: a interrogatória, feita pelo advogado que chamou a testemunha, e a contrainterrogatória, feita pelo advogado da parte contrária. Essa troca ajuda a esclarecer pontos obscuros e a testar a consistência das versões.
Além das testemunhas, documentos, gravações, fotos e até laudos periciais podem ser apresentados. O juiz tem a palavra final: ele aceita, rejeita ou solicita esclarecimentos. No fim da audiência, o magistrado pode encerrar a fase de instrução ou marcar nova data, caso ainda faltarem provas.
1. Conheça bem o seu caso: releia todas as petições, documentos e provas já juntadas. Quanto mais familiarizado você estiver, mais fácil será responder a perguntas inesperadas.
2. Treine seu depoimento: pratique com seu advogado ou alguém de confiança. Simule perguntas difíceis e aprenda a responder de forma clara e objetiva, sem rodeios.
3. Organize os documentos: leve cópias de tudo que pode ser útil – contratos, e‑mails, notas fiscais. Se possível, tenha versões digitais e impressas para facilitar a apresentação.
4. Vista-se adequadamente: a aparência transmite confiança. Use roupa social, evite algo muito chamativo ou informal.
5. Chegue cedo: imprevistos acontecem (trânsito, estacionamento). Estar no local com antecedência permite respirar fundo, conversar com seu advogado e revisar os últimos detalhes.
Por fim, lembre‑se de que a audiência de instrução não é um tribunal de culpa, mas um espaço para descobrir a verdade. Manter a calma, ser honesto e focar nos fatos aumenta suas chances de ter um desfecho favorável.
Se ainda restam dúvidas, procure um advogado especializado. Ele vai adaptar a estratégia ao seu caso específico e garantir que nenhum detalhe importante seja esquecido. Boa sorte na sua audiência!
A Escola Superior da Advocacia de Goiás realizou um curso em 29 de março de 2025, focado em técnicas para audiências de instrução e julgamento. Destinado a advogados e estudantes, o evento abordou desde teses preliminares até a elaboração de alegações finais, integrando teoria e prática processual. A iniciativa faz parte de uma série de capacitações para aprimorar as habilidades jurídicas dos participantes.