Por volta das 14h30, enquanto os estudantes da Escola Estadual Luiz Felipe aproveitavam o intervalo, dois indivíduos armados se aproximaram da cerca que delimita o pátio. As imagens de câmeras de segurança, capturadas em diferentes ângulos, revelam que os agressores chegaram de motocicleta, deixaram o veículo na Rua Coronel José Silvestre e caminharam até a Rua Brasil Oiticica, onde fica a escola.
Vestindo uniformes que ainda não foram confirmados oficialmente, os criminosos abriram fogo contra um grupo de adolescentes que estava próximo a uma árvore. Vítimas foram atingidas instantaneamente; entre elas, Vitor Guilherme, de 16 anos, conhecido por amigos como "VG", e Cláudio, de 17 anos. Três colegas sofreram ferimentos de menor gravidade e foram socorridos pelo SAMU, sendo encaminhados à Santa Casa de Misericórdia de Sobral.
Após o disparo, os agressores retornaram à motocicleta e fugiram pela mesma rua onde haviam desembarcado. A polícia local, ao chegar ao local, encontrou pequenas porções de entorpecentes, uma balança de precisão e materiais de embalagem junto ao corpo de um dos jovens, o que sugere possível vínculo com o tráfico de drogas.
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, manifestou pesar e enviou autoridades de segurança ao município para coordenar as investigações. Em comunicado, o governador descreveu o ato como "cruel" e garantiu que todas as forças policiais estarão empenhadas na captura dos responsáveis.
O Departamento de Educação do Ceará anunciou a suspensão das aulas na escola no dia seguinte, 26 de setembro, e prometeu a presença de psicólogos da Coordenação Regional ao retorno das atividades, visando atender o trauma dos estudantes, professores e familiares.
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social também atuou, reforçando a guarda municipal ao redor da instituição e intensificando o patrulhamento nas vias próximas. Investigações preliminares apontam para uma possível disputa entre organizações criminosas, embora ainda não haja um motivo definitivo para o ataque.
O ataque escola Sobral reacendeu o debate sobre a segurança nas escolas públicas do interior do Ceará. Organizações de pais e professores exigem maior presença policial durante o horário de recreio, além de investimentos em sistemas de monitoramento e programas de prevenção ao crime juvenil.
Enquanto as investigações avançam, a comunidade de Sobral permanece em estado de choque. Vizinhos e ex-alunos prestam apoio às famílias enlutadas, organizando campanhas de arrecadação de recursos para cobrir despesas médicas e funerárias. A expectativa é que, nos próximos dias, a polícia divulgue novos detalhes sobre a identidade dos agressores e possíveis ligações com facções locais.