Entre 1964 e 1985 o Brasil viveu um período de governo militar que mudou todo o jeito de fazer política. Tudo começou com um golpe que derrubou o presidente João Goulart e colocou as Forças Armadas no comando. Os militares falaram que estavam salvando o país da crise, mas na prática fecharam a oposição, censuraram a imprensa e prenderam quem discordava.
Se você acha que a ditadura foi só “um capítulo” da história, saiba que ela deixou marcas que ainda aparecem nos debates de hoje. Desde a criação do AI‑5, que deu poderes quase ilimitados ao governo, até as obras de infraestrutura que ainda usamos, o regime militar marcou a economia, a cultura e a maneira como o povo vê a democracia.
O golpe de 1964 foi o ponto de partida, mas o que realmente reforçou o controle foi o Ato Institucional Número 5 (AI‑5), aprovado em 1968. Ele suspendeu garantias constitucionais, autorizou censura e permitiu prisões sem mandato. Nessa fase surgiram órgãos de repressão como o DOI‑E, responsável por torturas e desaparecimentos.
Ao mesmo tempo, o governo lançou o chamado “milagre econômico” nos anos 70. Com investimento pesado em energia e estradas, o PIB cresceu, mas a concentração de renda aumentou e a inflação virou um problema crônico. Quando a crise do petróleo bateu, o modelo começou a desandar e a pressão popular aumentou.
A partir de 1974, os militares começaram a abrir o jogo. O presidente Ernesto Geisel introduziu a chamada “distensão”, que permitiu alguns movimentos políticos e a volta de partidos. Em 1979, a Lei da Anistia liberou presos políticos, mas também perdoou quem cometeu crimes de Estado, um ponto ainda polêmico.
Mesmo depois da redemocratização, o legado do regime militar aparece nas discussões sobre direitos humanos, memória e justiça. Muitos dos que participaram da ditadura ainda ocupam cargos públicos, e a discussão sobre a abertura dos arquivos de segurança continua quente.
Na economia, algumas das grandes obras de infraestrutura – como a hidrelétrica de Itaipu e o complexo rodoviário da BR‑101 – nasceram nesse tempo. Elas ajudam o país hoje, mas também lembram que o crescimento foi alcançado com muito custo social.
Politicamente, o medo de autoritarismo ainda rola nos debates. Movimentos estudantis e organizações de direitos humanos costumam usar a história da ditadura como referência para defender a liberdade de expressão e a necessidade de que o Estado respeite a lei.
Se você quiser entender melhor o regime militar, o caminho é olhar para documentos da época, ouvir depoimentos de quem viveu o período e acompanhar as discussões atuais sobre verdade e reconciliação. Assim, dá para formar uma opinião bem fundamentada e não cair nos mesmos erros.
Em resumo, o regime militar foi mais que um governo temporário: foi um conjunto de decisões que ainda moldam a realidade brasileira. Conhecer esses fatos ajuda a participar de um debate mais saudável e a proteger a democracia que construímos depois de tanto sofrimento.
Morre Delfim Netto, ex-Ministro da Fazenda do Brasil, aos 96 anos. Conhecido por suas políticas econômicas durante o regime militar, Netto deixa um legado controverso. Seu papel no 'Milagre Brasileiro' e sua ligação com governos autoritários são amplamente debatidos por economistas e historiadores.